feliz aniversário (cristão)
Feb. 18th, 2025 07:42 pm![[personal profile]](https://www.dreamwidth.org/img/silk/identity/user.png)
há 90 anos, sopro as velas e faço um pedido.
os anos se passaram e a idade se arrastou com vento, mas a brisa é suave e, intrigantemente, vai de encontro a mim.
passei os primeiros anos no colo da mamãe, ouvindo suas orações.
depois, comecei a passar rodeado de amigos, observando os sorrisos.
com o tempo, as palmas eram da minha amada, liberadas enquanto apreciava o calor de seu amor.
porém, logo passei a comemorar sozinho. em meio a flores, na varanda, em restaurantes, onde fosse. sempre tinha uma vela, e sempre fazia um pedido.
o mesmo pedido que fiz todos os anos. contudo, esse ano não o fiz.
ao invés disso, fiz um agradecimento, porque ele me foi concedido. foi revelado nas orações de minha mãe, nos sorrisos de meus colegas e no afago de minha esposa. foi revelado na brisa suave, no cantar dos pássaros e na cor das flores. na solitude, que nunca, nem por um segundo, pode ser chamada de solidão.
as velas com os numeros 9 e 0 estão bem à minha frente. dessa vez estou num quarto de hospital.
fecho os olhos, assopro as velas, e enuncio com a voz rouca e gasta:
"Pai" — sorrio. — "Obrigado por sempre ter estado aqui."
os anos se passaram e a idade se arrastou com vento, mas a brisa é suave e, intrigantemente, vai de encontro a mim.
passei os primeiros anos no colo da mamãe, ouvindo suas orações.
depois, comecei a passar rodeado de amigos, observando os sorrisos.
com o tempo, as palmas eram da minha amada, liberadas enquanto apreciava o calor de seu amor.
porém, logo passei a comemorar sozinho. em meio a flores, na varanda, em restaurantes, onde fosse. sempre tinha uma vela, e sempre fazia um pedido.
o mesmo pedido que fiz todos os anos. contudo, esse ano não o fiz.
ao invés disso, fiz um agradecimento, porque ele me foi concedido. foi revelado nas orações de minha mãe, nos sorrisos de meus colegas e no afago de minha esposa. foi revelado na brisa suave, no cantar dos pássaros e na cor das flores. na solitude, que nunca, nem por um segundo, pode ser chamada de solidão.
as velas com os numeros 9 e 0 estão bem à minha frente. dessa vez estou num quarto de hospital.
fecho os olhos, assopro as velas, e enuncio com a voz rouca e gasta:
"Pai" — sorrio. — "Obrigado por sempre ter estado aqui."